A CABALA EM VERSOS
Podem os olhos ver a boca?
Pode a boca morder o nariz?
Cheirar o ouvido, coisa louca,
Ouvir o cheiro, quem me diz?
Se de uma coisa hoje digo sim,
E depois eu respondo que não,
Não é verdade que sai de mim
Mas a imagem de uma ilusão.
Pois verdade, além de imortal,
Não está sujeita á relatividade
Tudo muda ela continua igual,
É por isso que ela é a verdade.
Se aqui parecemos diferentes
É porque a consciência separa
Mas a origem nos faz parentes
Tal colheitas da mesma seara.
Somos filhos de uma só família
De mesmo útero todos viemos
E seguimos pela mesma trilha:
Evoluímos ou desaparecemos.
Porque esta é a melhor ciência:
E não existe o certo e o errado,
Melhor mestre é a experiência,
A verdade é o que dá resultado.
Porque não tem resposta errada
Mas sim pergunta que não cabe,
Se o sábio fica de boca fechada
O ignorante fala mas não sabe.
Antes do sol o mundo já existia
É a mesma água no rio que corre.
Só recordamos o que já se sabia,
E esquecemos quando se morre,
Porque tudo que é, e foi ou será,
Sempre existiu desde o começo,
E nós também já estávamos lá,
Quando Deus deu a si endereço.
Se toda árvore sai da semente
Toda semente uma árvore já é,
E com o mundo não é diferente,
A sua semente se chama Iavhé.
Deus nos deu uma semente raíz
Onde a árvore já está informada,
O DNA é a nossa semente-matriz,
E tudo o mais é somente derivada.
Mas aprender o que e para que,
Crescer como e seguir para onde
Amar quando, o quanto e porquê,
É coisa que só o Amor responde.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/01/2016
Alterado em 08/01/2016