SONHOS CONFESSOS
Organizei uma coletânea de poesias
Como um numismata com seus selos.
Nela colei todas as minhas fantasias;
Sonhos que não tinha como vivê-los.
Mas a cada vez que fazia um soneto,
Era como se eu tirasse uma fotografia
Um retrato batido em branco e preto,
De tudo que em minha vida acontecia.
Agora que as coisas podem ser ditas
Eu sei que esses produtos do ilusório,
De fato, são como as atas subscritas
Que revelo como uma confissão tardia.
Eu não podia registrá-las em cartório,
Então guardei –as na forma de poesia.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 14/03/2016