João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


Se não viesse de quem veio, o caso seria de espantar. Mas do Ministro Marco Aurélio Mello se pode esperar tudo. Menos razoabilidade. Afinal, ele é conhecido no Supremo como o “Ministro Dez a Um”, por que gosta de contrariar seus pares. Ele é o “do contra”, o Ministro “basco” que sempre vota contrário só para contrariar.
Deve ser DNA. Afinal, ele é da família Collor de Mello, que já teve um de seus membros, o Pedro Collor, taxado de louco por que denunciou o próprio irmão. O outro, o notório Fernando Collor, presidente do “saco roxo” foi apeado do poder por ter recebido de presente um Fiat Elba que custava vinte mil reais. E o pai desses dois atirou em um político desafeto dentro do Congresso, fazendo jus ao sangue de cangaceiro que a família tem.
Marco Aurélio de Mello chegou ao Supremo sem qualquer mérito. Era um magistrado desconhecido, sem currículo e sem nada que o abonasse como jurista. Mas sendo primo do presidente em gestão ninguém contrariou. E lá está até hoje, com suas maneiras afetadas, sua aparência de galã de novela mexicana, seus comentários rocambolescos e suas decisões estapafúrdias, que muitas vezes, fazem o Supremo Federal passar vergonha.
Agora ele quer, por que quer, que o vice-presidente Michel Temer também seja submetido a um processo de impeachment. A bem da verdade, não há nada de errado no mérito dessa decisão. Até porque o Temer bem que merece. Afinal, ele e seu partido também são culpados como o diabo por toda essa bagunça que o país está vivendo. O PMDB (e o Temer é o presidente desse partido) sempre foi um grupo fisiológico que exerce o governo por via indireta, grudado como marisco nas rochas do poder, sugando o que lhe dão por conta da sua adesão. Se o PT é uma quadrilha que se apossou do poder, o PMDB é cúmplice. E se agora os peemedebistas estão abandonando o navio como ratos que são, é porque estão com medo que ele afunde de vez.
O Michel merece. Mas não é o Dr. Marco Aurélio quem tem que decidir isso. É o Poder Legislativo, através das suas atribuições regimentais, que têm essa competência. A esdrúxula intervenção do Dr. Marco Aurélio é apenas mais uma das pavonices das quais ele se especializou. É mais manifestação do ciúme que ele está sentindo em relação ao Dr. Sérgio Moro, que virou protagonista de uma ação que está lhe dando fama internacional, enquanto ele, o “pavão misterioso” Marco Aurélio, com sua plumagem colorida e o seu “carioquês” praiano fica em segundo plano.
Como diz, jocosamente, o Ministro Gilmar Mendes (que é outro tipo de pássaro, ou seja, um tucano), o Ministro Marco Aurélio está sempre “ensinando” os seus pares.
O problema disso tudo é que estamos falando da Suprema Corte do país. E se lá, as cabeças estão gestando ideias tão microcéfalas, é de se pensar o que pode estar acontecendo nas demais esferas de decisão do país. Será que tudo isso também não é culpa do Aeges Egipcis? Ao que parece, a "mosquita" não picou só a presidenta. 
 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 07/04/2016
Alterado em 07/04/2016


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