Ufa, até que enfim alguém tomou uma atitude sensata nessa verdadeira zona que se tornou a cena política brasileira. O Supremo Tribunal Federal defenestrou o bandidão Eduardo Cunha, tirando esse escroque do comando da Câmara Legislativa. Finalmente se pode dar um suspiro de alívio nesse verdadeiro festival de dores pelo qual o país está passando. Quem sabe logo a gente consegue se livrar também da Dilma, do Lula e dessa corja que andou saqueando os cofres públicos nos últimos treze anos.
Não que isso vá trazer grande alívio para o país. Ao que parece, pelos nomes que estão sendo anunciados pelo Temer para serem ministros no seu provável governo, a coisa será mesmo para temer. Dar o Ministério do Planejamento para um cara como o Romero Jucá é uma brincadeira sem graça. Continuar com o Gilberto Kassab também. E agasalhar a maioria dessas aves de rapina da bancada evangélica em ministérios e cargos de segundo escalão é querer não mudar coisa alguma.
Afinal, é bom não esquecer que o Cunha é pastor evangélico. E que a maioria da sua quadrilha também faz parte dessa seita de estelionatários da religião que seguem a cartilha do Edir Macedo. Continuar dando asas para essa gente é conduzir o país diretamente para o inferno. A Dilma fez isso e deu no que deu. O fogo já começou a queimar a bunda dela.
As harpias e gorgonas da Câmara estão todas assanhadas com o “impeachement” do Cunha. A maioria dos deputados estão de “fralda cheia”, como diz o senador Magno Malta, pois agora se viu que o Supremo pode intervir sim, nesse ninho de cobras, para sanear a bandalheira que existe lá. E já não era sem tempo. Os pedidos de inquérito, as solicitações de investigação e as denúncias contra esses pilantras de foro privilegiado costumam amarelar nas gavetas dos senhores juízes do Supremo. Ao que parece, foi o medo que o Cunha assumisse o cargo de presidente, na hipótese de ausência ou impedimento de Temer, que precipitou a tomada de decisão do Supremo.
É uma vergonha para o Legislativo, que deveria ter feito isso há muito tempo e não fez. A Câmara age como colônia de caranguejos. Os deputados brigam, traem, puxam o tapete uns dos outros, se matam entre si, mas se alguém de fora ataca um deles, todos se voltam contra o atacante. Fala mais alto o espirito corporativo do que a ética que deveria nortear a atividade legislativa.
Agora não adianta espernear. Se tivessem tido um pingo de vergonha na cara já teriam feito isso eles mesmos e não precisariam passar pelo vexame de ver outro poder fazendo o que eles deveriam ter feito.
Cunha é bandido e não faltam provas da sua culpa. Querer defendê-lo é, no mínimo, tornar-se cumplice de um dos maiores escroques que já ocupou uma cadeira no Legislativo. E olhe que já foram e continuam sendo muitos. Quando os poderes de uma nação estão podres, como o Legislativo e o Executivo parecem que estão, é preciso que um dos poderes, pelo menos, mantenha saúde necessária para sanear esse pântano fétido antes que ele contamine todo o ambiente. E é melhor que seja o Judiciário, pois quando as instituições não funcionam, só resta o recurso da força. E as ditaduras este país já sabe como são.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 05/05/2016
