João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


AS OLIMPÍADAS TERMINARAM. E AGORA?
 
Pois é. Foram pouco mais de duas semanas de jogos que emularam o nosso sonho de superação da condição humana. Foi lindo de morrer ver atletas de todas as nacionalidades competindo com raça, elegância, fibra e verdadeiro espírito esportivo pela conquista de uma medalha. Mais do que ela vale em termos econômicos e conquista social, ela é uma verdadeira patente de uma obra grandiosa, que é o próprio ser humano que a conquista, pois dentro do organismo que supera a marca, está uma pessoa que transcendeu seus próprios limites e venceu, não só as provas a que foi submetido, mas muitas vezes, as barreiras que lhe foram postas pela própria vida. Foi estimulante ver aquelas bonitas moças e rapazes voando nos aparelhos de ginástica; os atletas nas pistas de corrida e as lindas coreografias nas piscinas. A magia das partidas de futebol, vôlei, handebol e outros esportes coletivos. Atletas fantásticos como Usain Bolt, Michael Pelps, o fenômeno Katie Ledecky, a extraordinária Simone Biles. E as nossas vitórias nos esportes coletivos, com ênfase para a medalha de ouro do futebol, que nos tirou um peso acumulado em muitas olimpíadas.
Tudo lindo e edificante. Serviu para recuperar um pouco da nossa auto-estima, que os nossos políticos e administradores fizeram questão de jogar na lata de lixo nestes últimos anos. Estávamos mais por baixo que barriga de cobra e as olimpíadas serviram para a gente dar um erguidinha na cabeça e respirar um pouco.
Mas infelizmente acabou. Agora começa outra olimpíada que talvez não deixe muita coisa para a gente se orgulhar. Em vez de grandes atletas, superando marcas e modelando sucessos dignos de orgulho para nossa gente, veremos um monte de mentirosos, vigaristas e aproveitadores competindo para ver quem mente mais e melhor. Tudo em busca de uma medalha que só aproveita a eles próprios. Essa medalha é o nosso voto.
Mas em meio á essa malta de vagabundos em busca de um cargo público para se locupletar, haverá pessoas sérias, honestas, competentes e comprometidas com o bem estar público. Pessoas decididas a fazer a boa política, aquela que está na origem da palavra “res pública”, ou seja, a coisa pública, o verdadeiro interesse público.
Dizem que se conselho valesse alguma coisa ninguém dava, vendia. Mas mesmo assim arrisco a dar um de graça. Que ninguém vote pelo que os candidatos dizem no rádio e na TV. Aliás, se não for pedir demais, que ninguém assista esses programas miseráveis. Que paute seu voto pelo conhecimento da vida e da obra desses candidatos. Que procure conhecer quem ele é e o que já fez de bom para a sua comunidade.
Chega de dar emprego público para vagabundos. Chega de dar poder a corruptos e aproveitadores. Não é difícil descobrir quem merece nosso voto. O que é bom deixa pistas. O que é ruim as apaga com discursos mentirosos, recursos de marketing, poder financeiro, compra de votos e outras trambicagens eleitorais.
A Olimpíada acabou. As medalhas foram ganhas por quem se preparou, quem mostrou verdadeiro merecimento. Mas dessa que começa agora, o interesse é nosso. É a nossa vida, a nossa felicidade, a nossa própria vitória ou derrota que está em jogo. E nela quem perde ou ganha somos nós mesmos. Todo cuidado é pouco e todo empenho é necessário.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 22/08/2016
Alterado em 22/08/2016


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