Se eu soubesse o porquê, bem que eu diria,
O motivo de me sentir assim tão realizado,
Neste quarto, alimentando minha fantasia,
Como se ele fosse o paraíso reconquistado.
Se soubesse, ou pudesse apenas adivinhar,
Que no altar desta minha enorme apostasia,
Encontraria algo no qual pudesse acreditar
Ou alguém, a quem a minha devoção daria;
Se eu soubesse que era possível ter religião,
Sem ter um rito, nem templo, nem doutrina,
Eu jamais teria me alinhado entre os ateus;
E transformaria em santuário meu coração,
Com você como divindade que o patrocina,
E no Amor encontrado o meu próprio Deus.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 17/11/2016