É ASSIM QUE OS BRUTOS SE AMAM
Se eu fosse um cravo numa lapela
Como antigamente era uso vulgar,
Entre nós nunca haveria querela;
Mas eu não sirvo só para enfeitar.
Se você fosse uma rosa ou verbena,
Nos cabelos de uma moça faceira,
Nossa vida talvez fosse mais serena;
Mas você não é uma planta caseira.
Por isso é que as coisas se inflamam,
E entre nós tudo vive pegando fogo:
É desse jeito que os brutos se amam.
O conflito é o prazer do nosso affair;
Mas fazer amor é a taça desse jogo,
Onde só jogam o homem e a mulher.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/03/2017
Alterado em 02/04/2017