SONETO DA CUMPLICIDADE
Ainda que eu viva tanto quanto um patriarca,
Tal como aqueles que existiram no passado,
A única verdade que em mim deixará marca,
Serão os momentos que vivemos lado a lado.
Pois como um alquimista em seu laboratório
Nunca terá sucesso se não tiver leal consorte,
Que com ele mergulhe nesse mundo ilusório,
Onde a vida eterna se confunde com a morte;
Também o que na vida não tem essa escolta,
É como espaçonave que se perdeu no espaço,
E não consegue encontrar o caminho de volta.
Só não me perco na minha doida perplexidade,
Porque tenho você a acompanhar-me o passo,
Mostrando o rumo e oferecendo cumplicidade.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 21/05/2017
Alterado em 22/05/2017