Seja devagar ou bem acelerado
Tempo somos nós que fazemos;
Não há um futuro nem passado,
Mas só o momento que vivemos.
É longo demais para quem sofre,
Porém tão curto para quem goza;
Ele não cabe em uma só estrofe
Mas pode ser posto numa glosa.
Cego, posso ver o mundo inteiro,
Parado, sou rápido como o vento;
Meu coração não busca paradeiro,
E minha alma não tem um centro.
O vento pode ir a qualquer lugar,
E a minha mente vareja o mundo;
Onde ele leva tempo para chegar,
Eu vou em menos de um segundo.
O vento não pode soprar o tempo
Que sobrevive em nossa saudade;
E o tempo não pode parar o vento,
Que sopra o pó da nossa vaidade.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/09/2017
Alterado em 13/09/2017