UMA TUMBA NO INFINITO
Deitado em minha cama
Olho céu cheio de estrelas
O meu coração em chamas
Não me contento só em vê-las.
Não tenho interesses na terra
Então para que ficar aqui,
Travando todo dia uma guerra
Por uma felicidade que nunca vi?
Meu corpo é como a placenta
De onde minha alma vai desgrudar,
Digo adeus á terra violenta,
Que este poeta vai viajar.
Vou flutuar livre ao léu
Como se fosse o próprio ar
E perder-me nesse céu
Para nunca mais voltar.
Se eu morrer neste meu parto
Que mim seja apenas dito,
“Um poeta morreu neste quarto
E foi sepultado no infinito.”
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 18/09/2017
Alterado em 18/09/2017