Quando só o olho se apaixona
Sem consultar ouvido e olfato,
E sequer dá satisfação ao tato,
A melhor razão nos abandona
Pois a imagem esconde o fato.
Se é o ouvido que se encanta,
Mas a visão não é consultada,
E se a pele não é informada,
A confusão costuma ser tanta,
Que a mente fica atrapalhada.
Se o tato por si mesmo decide,
Mas o ouvido não tem ciência,
E do olho não obteve anuência,
O que resulta disso é uma lide,
Que pode nos levar á demência.
Se ao olfato se dá competência,
Para prolatar a sentença final,
Mas tato e olhos não derem aval
E o ouvido não bate continência
Isso só pode acabar muito mal.
Pois cinco sentimos nós temos,
E a nenhum se deve por antes,
Já que todos são importantes
No mundo em que nós vivemos.
Que Deus lhes dê muita ciência
E a nenhum confira preferência
Para colocá-lo de todos á frente.
Pois que deles todos precisamos
E é quando um deles perdemos
Que a gente se torna deficiente.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 22/06/2018
Alterado em 23/06/2018