Nossas memórias são o arquivo
Que prova que a gente
Um dia esteve vivo.
Mas só vive realmente
Quem bate ponto diário
No relógio do presente.
Sempre acho o que procuro
Porque sou contemporâneo
Do meu próprio futuro.
Um só instante de felicidade
É suficiente, para produzir
Uma vida toda de saudade.
Mas só quem tem muita saudade
Pode dizer, que um dia,
Viveu de verdade.
Como estou sempre ativo
Não tenho dificuldade
De sentir que estou vivo.
Alguma coisa sempre buscando
Como se a gente fosse um navio,
Eternamente navegando.
Pois quem ancora em algum porto
É como o barco que encalha.
Na verdade já está morto.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 06/11/2018
