Talvez eu descobrisse quem sou
Se me fosse informado
Em que edição estou.
Ou que correção deve ser feita
Numa obra que nasceu
Tão imperfeita.
Sou um poema que um vate
Por incompetência ou preguiça,
Não consegue dar arremate.
Quantas tentativas são permitidas
Para se achar uma alma
Que parece estar perdida?
Uma alma que já procurou á beça
O lugar que lhe cabe
Nesse estranho quebra-cabeça?
É a minha visão que parece exótica
Incongruente, distorcida,
Ou a vida é só uma ilusão de ótica?
Penso, logo existo.
Mas se existo e nada sou
Para que serve tudo isto?
Apesar de tudo tenho fé.
Sigo montado em um touro
Embora caminhe a pé.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 14/11/2018
Alterado em 14/11/2018