ROSAS DO VENTO
Sou compadre da Aurora.
Ela me convidou para batizar
O dia que acaba de nascer.
Com sua roupa de paralelepípidos,
A rua velha olha com inveja
Para a rua nova, vestida de asfalto.
A serpente encantada
Pela mágica das mãos
Cuspiu o primeiro orgasmo.
Os girassóis nos campos
São como rosas do vento
Guiando o sol no oceano do céu.
Se o criado-mudo do motel
Fizesse uma delação premiada,
Pouca gente escaparia...
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 24/12/2018