Sonhei viver como um pássaro marinho,
Numa ilha deserta fazendo o meu ninho,
Continuando a espécie em local ignoto,
Longe das angústias de um mundo roto.
As suas mãos de seda grudada à minha,
Eis que planamos até ultrapassar a linha,
Onde um sol exausto na praia descansa,
E uma onda nervosa fica calma e mansa.
E foi nesse território de fantasia e lenda,
De fontezinhas virgens e animais amigos,
Que juntamos estrelas para fazer a cama.
Ali sem o soneto para corrigir a emenda,
Sem julgamentos para justificar castigos,
Eu fui seu valete, você foi a minha dama.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 04/03/2019