A água que sai do cume da serra, rola violenta,
Buscando o leito por onde possa chegar ao mar.
Quando encontra obstáculos não para, enfrenta,
Não porque quer vencer, mas apenas continuar.
À noite, quero ser como essa chuva das alturas,
Para deslizar entre as montanhas dos teus seios,
E neles amoldar-me como lagoa de águas puras,
E ai poder criar meus pensamentos sem receios.
Rios de montanha, de natureza são turbulentos,
Mas se chegam à planície a paz os acompanha,
Para que nele a própria vida gere seus rebentos.
O leito dos teus braços doma o curso violento;
Sem ele minha vida seria um rio na montanha,
Torrente juvenil, sem rumo ou direcionamento.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 09/03/2019
Alterado em 09/03/2019