Por um bem que talvez eu tenha feito,
Alguém disse que Deus iria me pagar.
Acreditei que eu possuia esse direito,
E, incontinenti, quis logo Lhe cobrar.
Porém Deus fez uma cara de descaso,
De banqueiro à frente de um golpista:
- Nem pagou o que me devia a prazo,
E já vem me pedir para sacar á vista?
Mas foi aí que eu entendi a situação:
De fato, eu não tinha é direito a nada,
Pois afinal tudo foi Ele quem me deu.
E fazer o bem era a minha obrigação,
Por conta desta vida que me foi dada.
Assim, o devedor, na verdade, era eu.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 03/08/2019
Alterado em 03/08/2019