AS SETE FACES DA ESPERANÇA
Nas águas que o rio do tempo já levou,
Eu sei que não posso mais me banhar.
Levando comigo tudo o que ainda sou.
É nas que vêm que pretendo mergulhar.
Só se pode recuperar o tempo perdido
Não se perdendo um só minuto mais.
Andando somente num único sentido:
O futuro. E o resto que fique para trás.
Pois o tempo é uma régua de ilusões,
Que a gente cria para ter uma medida
Que nos ensine a contar as estações,
Ao longo desta estrada chamada vida.
Memória é biblioteca de experiências
Que se usa para guardar aprendizado.
Mas não é purgatório de consciências
Onde se paga pelos errros do passado.
Quero dormir como se o meu destino
Fosse a obra que ainda está para fazer,
E acordar como se fosse um menino,
Na maternidade, acabando de nascer.
Meu sono é como a necessária morte,
Que só existe para eu ser reencarnado.
Meu karma é bússola que só tem norte,
E minha vida é calendário sem passado.
Deixarei o passado para a arqueologia,
E para o futuro reservo a minha mente.
Vivo como se a vida durasse um só dia,
Sentindo como se ela fosse para sempre.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 06/11/2019
Alterado em 06/11/2019