João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


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                                                    (N40 S31 QU3M 3 0 4U70R)
                                   
     Eu também não sei quem escreveu esse texto. Mas nele eu aprendi, de pronto, duas coisas: a primeira está na mensagem embutida na estória. Que não vale a pena ficar se apegando as coisas que construímos, como se elas fossem parte de nós. Elas não são parte de nós. Nada nos pertence absolutamente. Nem o nosso próprio corpo, que a natureza, ou Deus (seja quem for, ou o que for que controle esse processo) pode tomar a qualquer momento, sem que possamos fazer nada a respeito.
Tudo é passageiro no universo. Como castelos de areia que a onda do mar leva. Enquanto estamos no cone de luz do tempo, como dizem os cientistas ─ e isso significa quase nada em termos de tempo na vida do universo ─ podemos construir e reconstruir muita coisa. E quando fazemos, fazemos para o mundo, não para nós mesmos. E quando o mundo leva o que fazemos, não devemos acalentar a sensação de perda.
Nada perdemos, porque nada é nosso de verdade. E as coisas, as pessoas, tudo no universo (como a teoria da relatividade tem mostrado e a lei da conservação das massas, de Lavoisier, confirma), são eventuais.
No universo nada se perde, nada se cria, e também nada se destrói, mas apenas muda de forma. Isso porque cada coisa (e cada pessoa também) ocupa um ponto relativo no espaço e no tempo, que nunca coincide com outro. Assim, as coisas e as pessoas não se perdem de nós e nós nunca as perdemos. Elas passam por nós e nós passamos por elas.
Enquanto a posição delas no tempo e no espaço está no mesmo cumprimento de onda da nossa, estabelece-se uma relação. Mas como a inércia absoluta não existe, acontecerá um momento em que o universo em movimento levará as coisas e pessoas para outro ponto e a nossa relação com elas deixará de existir. O movimento do universo se encarregará de afastá-las de nós e nós delas.
E nós só as veremos no passado, com os olhos da memória. Como uma estrela morta cuja luz só está chegando aos nossos olhos agora. Ela só morreu para os nossos olhos. Para o universo ela continua viva em algum lugar.
Outro ensinamento que podemos tirar desse texto é que não é a línguagem que separa as pessoas, mas a forma como nós lemos as palavras. A leitura é feita em bloco (lemos a palavra inteira e não letra por letra). A consequência disso é que o significado das palavras, muitas vezes, acaba sendo pervertido pelo que a gente tem dentro da cabeça, e o verdadeiro sentido da mensagem se perde.
Isso nos leva a pensar que a Bíblia talvez estivesse certa quando diz que houve um tempo em que a raça humana falava uma língua só. Talvez naquele tempo não houvesse tantos interesses em jogo, nem muita coisa para as pessoas chamarem de "meu". 
Talvez não seja difícil se chegar a isso novamente nos tempos que virão. Ou quem sabe seja possível criar, no futuro, uma língua única, com a qual a humanidade toda possa se comunicar. Já se tentou isso com o esperanto (uma língua artificial), mas até hoje o projeto não vingou.
Há quem diga que isso pode acontecer com o inglês, uma língua de caráter universal, mas essa possibilidade está chumbada a fatores políticos e econômicos, pois a universalidade do inglês está vinculada ao poder que hoje é exercido pelos países que tem essa língua como idioma, como no passado aconteceu com o latim e o grego. E tudo que é imposto, seja por que razão for, um dia acaba sendo removido. Pois língua é elemento cultural e cultura também está sujeita á lei de Lavoisier. 
Esse texto nos mostra também que o nosso cérebro foi construído com uma infinita capacidade de assimilação. Basta oferecer a ele uma pista que ele faz o resto.  E como diz o autor, quem sabe se a gente se desse as mãos, o nosso cérebro não assimilaria melhor a mensagem sinestésica que o toque das mãos nos trás do que aquelas que as palavras, muitas vezes, construídas ardilosamente, nos induzem a acreditar.
Porque, quando os alicerces sobre os quais nossas crenças e valores são derrubados, a sobrevivência fica mais fácil quando se tem mãos amigas para segurar. As coisas que fazemos se descolam de nós e ficam para trás, como marcas da nossa passagem por aquele caminho. Agora, o amor, o carinho, a amizade, nós levamos junto conosco á medida que nos deslocamos no tempo e no espaço. Isso nem o tempo nem o mar leva.

 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 13/12/2019
Alterado em 13/12/2019


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