Quantas serão as edições de mim,
Que deverão ainda ser publicadas
Até que meu editor decida, enfim,
Considerar-me obra consolidada?
Quantas vezes eu devo reencarnar,
Até que minha alma cheia de vício
Consiga redimir-se, para recuperar
Aquela pureza que tinha no início?
Vitimado por um desejo perdulário,
Minha lista de pecados só aumenta
E o peso da alma cresce a cada dia.
Porque eu sou como um dicionário
Que em cada edição se acrescenta,
Toda palavra nova que o povo cria.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 03/09/2020
Alterado em 03/09/2020