QUEM É BOLSONARO?
Quem é, realmente, Jair Bolsonaro? A ridícula caricatura do Hitler tupiniquim mostrada nas manifestações do sete de setembro, ou uma espécie de Anastasio Somoza fanfarrão que vomita ameaças e vocifera bravatas em um palanque, mas na hora do “vamos ver”, foge com o rabo entre as pernas com medo das consequências da “caca” que jogou no ventilador?
Essa é a grande dúvida que os fanáticos defensores do ultramontanismo bolsonariano estão destilando nas redes sociais. Para grande parte dessa manada que se reuniu ao som do berrante do cantor Sérgio Reis, Bolsonaro “amarelou”. Mas há quem pense que seu pedido de desculpas, redigido por Michel Temer, é uma espécie de estratégia Sun Tzu (A Arte da Guerra), que consiste em recuar um passo para poder avançar dois no futuro.
Bolsonaro e seus delirantes apoiadores – a grande maioria nascida depois dos anos mais sombrios da ditadura- sonham com a volta do regime militar. Eles não se dão conta de que ele não é Castelo Branco, Costa e Silva, Médici ou Geisel, todos generais de largo preparo técnico e alto estofo moral, que souberam conduzir o governo militar com muita competência e sobriedade. Nem sequer chega perto de Figueiredo, que embora falastrão como ele, sabia, contudo, o que queria para o país.
Bolsonaro é um capitão que mal fez carreira nas Forças Armadas. Dela saiu sem honras para assumir um mandato de deputado, no qual ficou vários anos sem aprovar um único projeto de interesse para o país. Se alguém pensa que ele, um dia se tornará um estadista semelhante aos generais que comandaram o regime militar, podem esperar sentados. Isso nunca acontecerá. Quando muito imitará Jânio Quadros, que renunciou pensando voltar nos braços do povo só para descobrir que o povo queria mesmo é vê-lo pelas costas.
Bolsonaro está envergonhando o país. Comporta-se como um irresponsável que fica soltando balões mesmo sabendo que eles podem causar incêndios incontroláveis. Tudo bem que ele peça desculpas pelas bobagens que disse e fez. Se forem sinceras podemos aceitá-las. Mas isso não quer dizer perdoar nem esquecer. O mal já está feito e as consequências da sua insensatez está custando um alto preço para o povo brasileiro. Inflação de quase dois dígitos, economia paralisada, combustíveis a preços exorbitantes, crise hídrica e de energia, descrédito dos investidores e o país servindo de chacota no estrangeiro. Tudo isso além do enorme número de mortes em uma crise sanitária mal administrada, onde as únicas estratégias de combate foram ditadas pela imensa vaidade do presidente e a sua ambição por mais um mandato.
Pena que Lira, o “sabonete” que preside a Câmara dos deputados e Aras, o covarde que comanda a PGR jamais terão coragem de tomar as providências que lhes cabem. Um para denunciar Bolsonaro pelos seus crimes e outro para pautar um processo de impeachement. Com isso teremos mais um ano e meio de agonia e retrocesso, enquanto a boiada caminha para o precipício.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 10/09/2021
Alterado em 13/09/2021