TRAGÉDIA SHAKESPERIANA
E no país do Presidente Bolsonaro, Tudo agora está ficando mais caro, A inflação já ninguém mais segura, O preço da gasolina está na altura. Seguramente já nem mais acredito, Que alguém ainda possa ser feliz. Mas esse cara parece que nem liga, Pois só quer ficar arrumando briga. E tem gente que o chama de “mito”, Achando que ele vai arrumar o país.
Em sandices sem lógica ele teima; Enquanto isso a Amazônia queima, O resto do mundo olha preocupado, O que está acontecendo no cerrado, Onde a natureza dá lugar ao pasto, Adubado pelos animais queimados. Enquanto essa devastação aumenta, A chuva, por vingança, se ausenta, E as queimadas deixam um rastro, Que talvez nunca sejam apagados.
Pobre deste nosso povo brasileiro, Que vive labutando o ano inteiro, Para sustentar toda essa cambada; Esses vampiros que lá na Esplanada, Bebem o sangue do povo raquítico, Destilando mentiras e frases vazias. Gente que só sabe é fazer bravata, Vestindo farda ou terno e gravata. E há quem ache que ele é o político, Que deste país pode ser o Messias.
Ele se elegeu criticando a corrupção, Mas foi logo se juntar ao Centrão, Que um dia já chamou de quadrilha, (A mais atuante que há em Brasilia), Alvo maior da operação Lava a Jato, Que seu amigo Aras mandou acabar. Xingar os corruptos foi a sua bula, Mas com isso também soltou o Lula, E agora está sem cachorro no mato, Com medo do sapo barbudo ganhar.
Neste país sem rumo, desgovernado, Onde o povo se conduz como gado, Ao som do berrante de um cantor, Que também já fez canções de amor, Vivemos tragédias shakesperianas, Perpetradas por um autor demente. Até o tempo está nos dando castigo, Como se Deus, que antes era amigo, Desta pobre república das bananas, Agora estivesse bravo com a gente.
E o pior de tudo é que, infelizmente, Ainda haverá de morrer muita gente, Por causa desse maldito vírus chinês, Contra qual esse governo pouco fez; E dizem que até ajudou a disseminar, Ele próprio se expondo ao contágio. Por a culpa nos outros é a sua tônica, Tanto que elegeu a urna eletrônica, Como uma causa que pode justificar, Possível derrota no próximo sufrágio.
Como fazer em uma situação dessas, Se o eleito não cumpre as promessas E só vive procurando armar confusão, Enquanto a discórdia destrói a nação, Numa luta que não prevê armistício. E como esse nosso infeliz presidente, Já não sabe onde põe o próprio nariz, Precisamos pensar em salvar o país; E antes que a vaca caia no precipício, Talvez seja a hora do impeachment. E como burrice interna dá pouco torque, Foi nos envergonhar em Nova Iorque...
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 20/09/2021
Alterado em 22/09/2021