CADÊ VOCÊ, BOLSONARO?
Cadê você, Bolsonaro?! Se posiciona, Bolsonaro! O seu povo está perecendo! O seu povo está sendo perseguido! O seu povo está sendo preso por lutar pela causa do Brasil! Cadê você? Cadê sua caneta?! Agora é a hora de usar sua caneta, Bolsonaro!”, gritou Carina Mello, esposa do pastor Atilla Mello, preso pela Polícia Federal por atos de vandalismo em Brasília.
Ao ver esse bizarro apelo da mulher do pastor fiquei pensando em quanto somos idiotas por colocar nossas cabeças a prêmio por causa de ideias que nem mesmo são nossas.
Votei em Bolsonaro em 2018 porque tinha simpatia por suas ideias conservadoras e liberalizantes. E principalmente porque nunca gostei do PT. Decepcionei-me logo de cara ao perceber que ele não tinha a postura que se exige de um presidente e que a radicalização de certas posições que ele e seus apoiadores defendiam logo levariam o país a um confronto ideológico que ultrapassaria os limites do embate político, criando um clima perigoso que poderia até mesmo comprometer as instituições democráticas.
O verdadeiro clima de guerra que a família Bolsonaro implantou na politica brasileira com a criação de uma “bolha ideológica” que não consegue conviver com a ideia de que estamos vivendo em uma democracia é hoje uma realidade sinistra e perturbadora. E o presidente, que deveria ser o primeiro a agir para pacificar o país, parece que deseja justamente o contrário: que tudo exploda. Depois de tentar, por todos os meios, melar o resultado da eleição, sem sucesso, retirou-se da cena política, caindo num mutismo absoluto que dá a impressão de que o seu governo acabou no mesmo dia em que sua derrota nas urnas foi confirmada. Além da falta de grandeza, mostra agora o seu espírito covarde, fugindo do país para não ter o desconforto de passar a faixa presidencial para o adversário, ou quiçá, evitar os possíveis questionamentos jurídicos que certamente serão feitos em relação a alguns de seus atos.
A última live do presidente me confirmou uma suspeita que eu já tinha desde algum tempo. A de que Jair Messias Bolsonaro sofre de algum distúrbio psicológico. Algo que beira a psicopatia. Ele esperava, com toda a certeza, que as Forças Armadas e o povo brasileiro se levantassem em defesa das suas funestas aspirações à uma ditadura. Mais ou menos como Jânio Quadros em 1962. Por isso nada fez para dissuadir seus ingênuos apoiadores que acampam frente aos quartéis pedindo intervenção militar. Calou-se também quando seus inconformados apoiadores bloquearam estradas e pior, quando alguns idiotas mais afoitos perpetraram atentados terroristas e promoveram atos de criminoso vandalismo. Como Jânio, que tinha delírios etílicos, Bolsonaro deu-se mal.
Posso entender a esposa do pastor Atilla em seu patético apelo. Há muitos apoiadores do Bolsonaro que devem estar se sentindo órfãos ao ver o avião presidencial levantando voo de Brasília, levando o seu atrapalhado líder para um exílio voluntário. Para mim, ele já vai tarde. E tomara que a direita brasileira encontre um líder mais equilibrado.
