O VEXATÓRIO FUTEBOL BRASILEIRO
Confesso que não entendo muito de futebol. Lembro-me do time que ganhou a Copa de 1958. Tinha Garrincha, Pelé, Didi, Vavá, Nilton Santos, Zito, Zagallo e outros. Dancei na Fonte Luminosa que havia em frente à Loja Marisa, quando ganhamos aquela Copa. Depois desci pela rua Dr. Deodato com uma bandeira do Brasil até a Praça Osvaldo Cruz, completamente bêbado e louco de orgulho do meu país.
Fiz, mais ou menos, a mesma coisa quatro anos depois quando ganhamos o bi em Santiago do Chile. Não tínhamos o Pelé, que se machucou no segundo jogo, mas o Amarildo e o Garrincha garantiram o título para nós.
Depois do vexame de 1966 montamos uma grande equipe que deu um show no México e trouxe a terceira Copa. A quarta veio em 1994, com uma equipe bem treinada pelo Parreira e a quinta em 2002, com o bom trabalho feito pelo Scolari.
Mas acabou aí. Desde 2002 a nossa seleção só dá vexame. Virou seleção dos empresários. Só jogador que tem empresário influente consegue ser convocado. Isso faz com que a atual equipe brasileira seja composta por um grupo de mercenários que nada tem a ver com as tradições do futebol brasileiro. Porque só veste a “canarinho” quem tem empresário que paga aos dirigentes da CBF.
A Seleção Brasileira não é mais um símbolo do país. Símbolo do qual nos orgulhávamos e pelo qual torcíamos com todo o nosso coração. Agora ela é apenas um balcão de negócios que vende o futebol brasileiro pelo melhor preço, sem nenhuma preocupação com essa que sempre foi a mais respeitada embaixada brasileira.
Há mais de vinte anos que não conseguimos construir uma equipe capaz de nos devolver o velho orgulho de ser chamado de “melhor futebol do mundo”. Curiosamente, o jogador que nos deu as maiores glórias nos gramados, foi o grande responsável pela crise que o futebol brasileiro está vivendo. Pois foi a Lei Pelé, que acabou com a chamada lei do passe e deu aos empresários o controle do futebol brasileiro que causou a sua ruína. Ela fez com que os jogadores se tornassem produtos e os clubes meras barrigas de aluguel para chocarem craques, que antes mesmo de qualquer performance no país já são vendidos para o exterior a peso de ouro. Quem já ouviu falar de Yan Couto, Bruno Magalhães, Bremer, Carlos Augusto, Matheus Cunha, Lodi e outros convocados por Diniz?
A seleção brasileira de hoje é um exército mercenário que só joga pelo dinheiro. Não tem nenhuma identificação com país. Se perde ou ganha, pouco importa. Todos voltam para suas vidas milionárias e o país que se dane.
Dinheiro é bom e todo mundo gosta. Mas há coisas que valem mais que ele. Respeito, por exemplo. E quando a gente perde isso nada mais há que valha a pena ser defendido.