Diz-se que tudo isso aconteceu em consequência de uma guerra que estourou no céu envolvendo diferentes facções de seres celestes, que de ordinário não eram muito diferentes dos seres humanos nessas coisas de poder e ambição. Isso consta dos cânones oficiais e dá para acreditar porquanto todas as antigas tradições nos dão conta de que os deuses, desde a mais prístinas eras, brigavam como cão e gato, justamente como de ordinário fazemos nós aqui na terra desde a aurora dos tempos. E assim também se justifica a informação de que fomos feitos à imagem e semelhança deles, ficando para decidir somente o fato de saber se, nesse caso, são os deuses que imitam o homem ou é o homem que imita os deuses.
Afirmam os cultores dessa estranha doutrina chamada Cabalá que a comunidade angélica é, na verdade, constituída pelas diferentes faces de Deus, desdobradas em setenta e duas partes, formando uma assembleia chamada Shem-hamphorasch. Essa assembleia é composta pelo desdobramento do verdadeiro nome de Deus que estaria escondido nas letras YHVH formando um conjunto de setenta e dois nomes, os quais dão títulos às várias classes de seres que o assistem, como se fosse uma corte real. Assim, anjos, arcanjos e todas as demais potestades celestes seriam partes da personalidade divina, classificadas em diferentes ordens conhecidas como serafins, querubins, malaquins, aufanins, sendo Elohin a própria personalidade central de Jeová, por isso o chamamos de Jeová Elhoin.
Isso bem que pode ser verdade até porque sabemos que nós próprios somos hospedeiros de tantos diferentes “eus” que vivem travando violentos combates em nossas mentes, nos deixando completamente desconectados da nossa própria personalidade principal. Destarte, não é estranho que o próprio Senhor do Universo tivesse experimentado esse desdobramento, sendo ele, como é, o hospedeiro de todos os princípios e forças que dão vida ao cosmo.
Não sabemos dizer exatamente quando isso aconteceu, mas cuida-se que tenha sido há muitos e muitos lustros atrás, porquanto nessas coisas de tempo, nas dimensões celestes não são contadas da mesma forma como fazemos aqui na terra. Por inferência podemos imaginar que esse conflito tenha ocorrido por volta do quinto dia da Criação, quando Elohim Deus estava começando a povoar a terra com as sementes da vida, mas ainda não havia feito o homem Adão. E como Tucídides, Homero, Heródoto, Xenofonte e outros pioneiros nessas crônicas que se dizem históricas, ou mesmo um vaidoso Júlio César para fazer desse episódio um De Bellus Gallicus, só nasceriam muitos milênios depois, essa guerra não teve um cronista, ou um poeta para registrar as datas e as nuances das operações militares ou quiçá, as proezas dos heróis que nela lutaram. Essa é a razão pela qual tudo que se sabe são informações colhidas aqui e ali, a maioria de fontes apócrifas que falam por ouvir dizer.
Mas o que se sabe, nesse caso, é que um anjo de alta estirpe chamado Samael liderou uma rebelião contra Elohin Deus Pai, mas foi derrotado pelas hostes que ele convocou e pôs sob a liderança de outro Elohin, também de altos coturnos, cujo nome de batismo era Miguel e cá entre nós se deu a conhecer pelos nomes de Cristo, Jesus, Messias, Mitra e outros nomes que seriam consagrados nas crônicas que se escreveram a respeito.
Destarte, Elohim Deus, que nessas coisas de política não é nada condescendente, nem se presta a acordos em nome da estabilidade institucional, depois de reprimir a rebelião resolveu castigar o anjo rebelde juntamente com os seus partidários. Bem que Elohin Deus gostaria de condená-lo à morte, como faria um monarca previdente no exercício da sua autoridade, mas isso ele não podia decretar porque, como já se informou acima, Samael era um anjo da classe dos Elohins, e os anjos, como já se disse, são partes da própria essência de Deus, que foram desdobradas em setenta e duas formas distintas para formar uma corte, porque nenhum soberano que se preze pode curtir sua majestade sem ter uma. Destarte, condenar Samael à morte seria matar uma parte de si mesmo, coisa que ninguém, com um mínimo de inteligência e amor próprio faria. Muito menos Deus, que é ilimitado e atemporal.
Assim, Elohim Deus preferiu expulsá-lo das dimensões celestes, o que deve ter sido muito dolorido, mesmo para ele, pois que Samael era, como dissemos, parte dele mesmo, e todos sabemos que quando tentamos sufocar partes de nós, elas podem provocar sérios transtornos de personalidade. E se a parte que foi rejeitada não for recompensada de alguma maneira, as consequências podem ser mais funestas ainda. Isso sabem principalmente os fumantes, os usuários de drogas, os adictos do sexo e os compulsivos comedores de doces, os viciados de todos os tipos, que quando tentam deixar uma jaça sem compensar a parte que a gera acabam adquirindo não poucos complexos que lhes trazem mais constrangimentos do que a conservação do labéu que tentaram extirpar.
Sabendo disso, Elohim Deus preferiu condenar Samael e seus partidários a cumprir exílio cá no nosso delicado planeta azul, que de ordinário já tinha essa cor porquanto o oxigênio que dessa graça o tinge já estava sendo produzido em grandes partidas por esse curioso fenômeno chamado fotossíntese, que é produto do coito entre a luz do sol e a fauna bacteriana que é abundante no planeta.
Daí porque a terra, naqueles dias, já era um lindo planeta azul, cheio de rios de águas cristalinas e sadias florestas virgens que filtravam o seu ar tornando-o um local de clima ameno e agradável. Disso sabemos porquanto está escrito que no terceiro dia da Criação Deus havia coberto o planeta com erva verde e árvores frutíferas, que davam semente segundo suas espécies e estas se multiplicavam por todo o globo terrestre, fazendo dele uma gigantesca esfera pintada de verde na sua superfície, girando dentro de uma atmosfera gasosa azul-metileno que proporcionava uma magnífica visão para quem a observasse do lado de fora.
Supõe-se ― e essa suposição fazemos para dar à esta narrativa uma contribuição da nossa lavra― que esse conflito entre as hostes do Elohim Samael e as de Jeová Elhoim, comandadas pelo Elohim Miguel, tenha acontecido naquele intervalo entre a criação das espécies animais e a do homem, entre os primeiros insertos os dinossauros, que por essa época já haviam sido extintos pela queda de um meteoro de grandes dimensões na terra. Certamente Jeová Elohim não teve nada a ver com isso, a não ser que ele tenha ficado temeroso de que os gigantescos herbívoros comessem toda a folhagem que ele havia feito nascer na terra, gulosos que eram aqueles pescoçudos répteis, ou que os insaciáveis lagartos carnívoros acabassem com a vida que ele espalhara pelo planeta, já que a fome daqueles monstrengos era insaciável. E por conta disso tenha desviado de sua rota um desses andarilhos do espaço e feito com que ele colidisse com o nosso planeta para destruir aquela incômoda fauna que fazia dele um lugar assaz perigoso.
Tudo que se que sabe dessa época é que ainda não havia sobre a terra nenhuma espécie parecida com o ser humano, mas segundo se registrou, os peixes já pululavam nos mares e na parte seca já era abundante a presença dos répteis e outros animais selvagens. E quem sabe essa fauna crescesse e se multiplicasse a olhos vistos porque justamente o seu maior predador ainda não existia.
Presume-se que foi nesse intervalo de tempo, que pode ter durado alguns milhares, ou mesmo milhões dos nossos anos, que Elohim Deus se deu conta que entre as espécies criadas não havia nenhuma com a necessária qualia que ele precisava para fazê-lo conhecido e adorado como o Senhor que ele era. Porquanto é sabido que nenhuma daquelas criaturas que habitavam o planeta tinha aparelhos neurológicos devidamente preparados para saber que existia um Deus que a eles todos fizera. E para quem não sabe que determinada coisa existe, então ela não existe, pois como dizem os cientistas que estudam essa interessante propriedade das chamadas realidades positivas, elas só aportam no mundo quando a consciência humana a detecta. O quer dizer que elas são como um navio no mar, cuja existência só se torna conhecida quando ele é avistado no horizonte.
Agora, como vimos, Samael e seus partidários, expulsos do céu, haviam se homiziado neste nosso pequenino planeta azul. Se por escolha deles ou por imposição de Elohim Deus Pai na sentença executória não temos conhecimento, mas ficou patente que quando aqui chegaram foram logo fundando colônias na região que agora sabemos chamar-se Nod ou Senaar, um planalto em forma de mesa, que ficava entre os dois rios conhecidos hoje como Tigre e Eufrates e que por isso, bem mais tarde, passou a ser chamada de Mesopotâmia. Aliás, isso não é de se estranhar porquanto sabemos que o povo que povoou o nosso próprio país, que muitos de nós acha ser um verdadeiro Éden abaixo do Equador, e aquele outro pedaço de terra desgarrado do resto do mundo que se chama Austrália, também foi povoado pelo mesmo processo, ou seja, a partir de colônias penais para onde eram mandados os elementos indesejáveis nas metrópoles colonizadoras.
Aí, como os romanos teriam feito para povoar Roma, raptando as mulheres sabinas para com elas formarem suas próprias famílias, os arcanjos exilados, em aqui aportando procuraram, entre as fêmeas terráqueas, aquelas que mais próximas estavam da sua própria estrutura genética e com elas tiveram comércio carnal, gerando a raça conhecida como nefilins. Por isso é que se diz que eles eram de alta estatura, fortes como gorilas bem crescidinhos e peludos como tais, o que, de certo constituía uma visão bem assustadora. Há quem diga que sucedâneos dessa raça ainda sobrevivem nas montanhas do Tibete, nas criaturas que chamam de Yéti dos pés grandes, ou abominável homem das neves, mas essa, cremos, é uma licenciosidade que não subscrevemos para não abrir fronteiras que a nossa imaginação não teria pernas para explorar.
Agora, que os tais nefilins existiram não duvidamos que seja verdade porquanto isso está escrito nas crônicas oficiais e não é narrativa que saiu do nosso bestunto. Pressupõe-se, nesse caso, que isso também tenha ocorrido antes da criação de Adão porque quando ele saiu da mesa de operações, como quer a versão que estamos comentando, ou do molde de barro, como sustentam as crônicas oficiais, essas criaturas já habitavam a terra de Senaar, nas sete cidades que haviam lá construído, como está registrado nas tabuinhas de barro encontradas nas suas ruínas e que ainda podem ser lidas nos nossos museus para provar que não estamos inventando parvoíces nem fazendo devaneios próprios de mitomaníacos obcecados pelo fantástico. Essas cidades tinham até nomes e eram chamadas Eridu, Shurupak, Nippur, Sippur, Larac, Bad-Tibira e Larsa e foram, segundo se infere dos registros feitos por essa civilização, as primeiras aglomerações urbanas a serem erguidas na Terra; e foi a partir de lá, dizem, que a civilização se espalhou pelo planeta.
Esses registros também informam que em aqui chegando os anjos rebeldes adotaram o nome de nefilins porque Jeová Elhoim os proibira de continuar usando as suas titulações originais, que era de uso próprio da assembleia celeste formada do desdobramento do seu verdadeiro nome. Estas, segundo se infere, eram privativas das hostes angélicas que permaneceram fiéis a ele. Isso mostra que esse negócio de direito de imagem e propriedade intelectual não é coisa recente nem invenção dos homens, pois da mesma forma que qualquer pessoa que não tenha obtido o título de médico, advogado, engenheiro ou que tais, pode sair por aí se titulando como um deles, também um título de querubim, serafim, aufanin, malaquim e outros, como tais se chamavam as diferentes Ordens de seres celestes saídas do sagrado nome de Deus, não pode ser utilizado de forma clandestina por quem quer que seja. E isso não é, de forma alguma, uma estratégia discriminatória inventada por quem se julga superior, mas uma forma de distinção necessária para equiparar, num mesmo nível, criaturas que comungam do mesmo pensamento e das mesmas aspirações. Estão aí, para não nos deixar mentir, os maçons, os mórmons, os judeus, os prelados das diversas religiões e outros grupos sectários que primam pela manutenção de um certo corporativismo cultural. Não se pode chamar de irmão a quem não é maçom, ou de eminência a quem não é de bispo para cima, ou mesmo de doutor quem não colou esse grau numa boa universidade.
Daí o fato de os anjos expulsos do céu terem adotado aqui na terra o nome de nefilins. Isso porque o anjo, na língua falada entre eles, se chama malak, que quer dizer mensageiro, e sua categoria hierárquica é distinguida pelo sufixo in. Por isso uns são malaquins, outros aufanins, serafins, querubins e que tais. Destarte, os anjos desterrados não o deixaram de ser, apenas lhes foi tirada a cidadania celeste, porquanto agora eles eram cidadãos da terra e não podiam usar titulações que só no reino dos céus se podia adotar. Assim, adotaram a alcunha de nefilins para não perder a vinculação com a própria origem, o que nos parece uma coisa muito lógica e não vemos nenhuma dificuldade em aceitar como informação veraz.
E isso, como se prova, não é invenção nossa, porquanto as próprias crônicas oficiais que deram notícia desse fato assim os chama, denunciando, ademais, que eles não eram lá muito sérios, porque ao chegarem na terra foram logo se amasiando com as fêmeas que aqui encontraram, como está escrito que fizeram. Claro está que nessa altura das coisas, esses anjos já haviam assumido uma nova conformação neurológica mais afeita à sua nova vida neste planeta, o que quer dizer que além de se tornarem semelhantes a um ser humano, perderam também aquela condição de assexuados que se atribui aos anjos e ganharam em troca uma libido bem ativa, pois, como se disse, ao aqui aportar foram logo se deitando com as primeiras fêmeas que na terra encontraram.
Assim dizem as crônicas que falam sobre esses seres híbridos que, ao que parece, já aqui estavam quando Jeová Elohim resolveu fazer o seu protótipo Adão. Em sendo veraz essa informação, temos que isso constitui prova cabal de que nesse tempo já tínhamos por aqui criaturas como nós, ou mesmo bastante parecidas conosco, ainda que, por conta de respeitadas opiniões acadêmicas se possa imaginar que essas fêmeas que se acasalaram com os nefilins pudessem ser um tanto simiescas e não tivessem a aparência que lhes foi dada nas crônicas oficiais, que as descreveram como sendo muito formosas.
Bem pode ser, porquanto é de conhecimento público que o conceito de beleza é coisa muito particular e o que um pode achar feio o outro pode achar bonito e vice versa. Nesse angu não poremos nossa colher para não criar mais polêmicas do que as que já existem nesse conto, e pelo qual já antevemos muitos rostos sisudos a imaginar de que maneira vão mandar este escriba para o inferno com suas heréticas confabulações, se é que, nesta altura já não o fizeram.
Todavia, se merecemos censura, não menos merecem os escribas que deram origem a esse conto, pois o que se informa nos cânones oficiais é que os nefilins as acharam formosas e com elas se amasiaram, gerando uma raça de gigantes, que ao que parece, ainda tinham descendentes vários milênios depois vivendo na terra da Palestina, através da degenerada raça dos anaquins, que segundo se escreveu, faziam os bravos guerreiros de Josué parecerem como insetos aos seus olhos.
Essa informação nos leva a outra constatação: a de que Adão e Eva foram feitos com o claro propósito de criar na terra uma família que pudesse se contrapor a que os anjos rebeldes haviam gerado em sua incursão no planeta. Como isso se deu é o que se conta nas crônicas que deram origem a esse conto, e como se diz atualmente, essa narrativa viralizou de tal maneira que hoje é tomada como se fosse uma ata de cartório na qual se registra um fato incontestável. E tanta é a força desse conto que muita gente já pagou com a vida por ter tentado desacreditar essa narrativa. Nós, que achamos ser esse um preço muito alto para sustentar uma mera vaidade intelectual ficamos com a opção do sofista que tem uma resposta diferente para cada pessoa que lhe faz a mesma pergunta, simplesmente porque cada uma quer crer na sua própria verdade e não na que os outros querem fazê-la acreditar.
The nefilins.
It is also said that all this happened in consequence of a war which broke out in heaven involving different factions of angels, who were not ordinarily very different from human beings in these things of power and ambition. This is reported in the official canons and it is possible to believe because all the ancient traditions tell us that the gods, from the most pristine ages, fought like a cat and a dog, just as we have usually done here on earth since the dawn of time.
And so, the information that we were made in their image and likeness is justified, leaving only the question of whether in this case it is the gods who imitate man or man who imitates the gods.
The cultivators of this strange doctrine called Kabbalah say that the Angelic community is actually made up of the different faces of God, unfolded into seventy-two parts, forming an assembly called Shem-hamphorasch. This assembly is composed of the unfolding of the true name of God that would be hidden in the letters YHVH forming a set of seventy-two names, which give titles to the various classes of beings that assist him, as if it were a royal court. Thus, angels, archangels and all other celestial powers would be parts of the divine personality, classified into different orders known as seraphim, cherubim, malaquins, auphanins, being Elohin the central personality of Jehovah, so we call him Jehovah Elhoin.
This may well be true because we know that we ourselves are the host of so many different "I's" that live waging violent combats in our minds, leaving us completely disconnected from our own main personality. Thus, it is not strange that the Lord of the Universe himself had experienced this unfolding, being, as he is, the host of all the principles and forces that give life to the cosmos.
We cannot say exactly when this happened, but it is thought that it was many, many years ago, because in these things of time, in the dimensions of the cells they are not counted in the same way as we do here on earth. By inference we can imagine that this conflict occurred about the fifth day of Creation, when Elohim God was beginning to populate the earth with the seeds of life, but not yet had made Adam, the man.
And since Thucydides, Homer, Herodotus, Xenophon and other pioneers in these chronicles that claim to be historical, or even a vein Julius Caesar to make this episode a De Bellus Gallicus, would only be born many millennia later, this war did not have a chronicler, or a poet to record the dates and nuances of the military operations or perhaps, the feats of the heroes who fought in it.
That is the reason why all that is known is information gathered here and there, mostly from apocryphal sources that speak by hearsay. But what is known, in this case, is that an angel of high rank named Samael led a rebellion against Elohin God the Father, but was defeated by the hosts that he summoned and placed under the leadership of another Elohim, also with high boots, whose baptismal name was Michael and here among us he made himself known by the names of Christ, Jesus, Messiah, Mithra and other names that would be consecrated in the chronicles that were written about it.
Thus, Elohim Deus, who in these things of politics is not at all condescending, nor does he lend himself to agreements in the name of institutional stability, after repressing the plot, decided to punish the rebellious angel together with his supporters. God would have condemned him to death, as a farsighted monarch would do in the exercise of his authority, but this he could not decree because, it has been said above, Samael was an angel of the Elohim class, and the angels, as former stated , are parts of the very essence of God, which have been unfolded into seventy-two distinct forms to make a court, for no self-respecting sovereign can enjoy his majesty without having one.
Thus, to condemn Samael to death would be to kill a part of himself, something that no one, with a minimum of intelligence and self-love, would do, least of all God, who is unlimited and timeless.
Thus, Elohim God preferred to expel him from the celestial dimensions, which must have been very painful, even for him, since Samael was, as we said, part of himself, and we all know that when we try to suffocate parts of us, they can cause serious personality disorders. And if the party that has been rejected is not rewarded in some way, the consequences can be even more disastrous.
This is especially known by smokers, drug users, sex addicts and compulsive candy eaters, addicts of all kinds, that when they try to leave an addiction without compensating the part that generates it, they end up acquiring not a few complexes that bring them more embarrassment than the conservation of the blemish that they have tried to extirpate.
Knowing this, Elohim God preferred to condemn Samael and his supporters to exile here on our delicate blue planet, which usually already had this color because the oxygen that gives him grace dyes it was already being produced in large batches by this curious phenomenon called photosynthesis, which is the product of the coitus between sunlight and the bacterial fauna that is abundant on the planet.
That is why the earth, in those days, was already a beautiful blue planet, full of rivers of crystal-clear waters and healthy virgin forests that filtered its air, making it a place with a mild and pleasant climate. We know this because it is written that on the third day of Creation God had covered the planet with green grass and fruit trees, which gave seeds according to their species and these multiplied all over the globe, making of it a gigantic sphere painted green on its surface, rotating within a gaseous methylene blue atmosphere that provided a magnificent view for those who observed it from the outside.
It is supposed – and we make this assumption to give this narrative a contribution of our own work – that this conflict between the hosts of Elohin Samael and those of Jehovah Elhoim, commanded by Elohin Michael, took place in that interval between the creation of animal species and that of man.
Among the first we can insert the dinosaurs, which by that time had already been extinct by the fall of a large meteor on the earth. Surely Jehovah Elohim had nothing to do with it, unless he was afraid that the gigantic herbivores would eat all the foliage he had caused to grow on the earth, greedy as those long-necked reptiles were, or that the insatiable carnivorous lizards would wipe out the life he had spread across the planet, since the hunger of those monsters was insatiable. And because of this, one of these space wanderers has diverted from his route and caused him to collide with our planet to destroy that annoying fauna that made it a very dangerous place.
All that is known of that time is that there was not yet any species on earth similar to human beings, but according to what has been recorded, fish were already swarming in the seas and in the dry part the presence of reptiles and other wild animals was already abundant. And who knows, maybe this fauna would grow and multiply visibly because precisely its largest predator did not yet exist.
It is presumed that it was in this interval of time, which may have lasted a few thousand, or even millions of our years, that Elohim God realized that among the created species there was none with the necessary quality that he needed to make him known and worshipped as the Lord that he was. Because it is known that none of those creatures that inhabited the planet had neurological devices properly prepared to know that there was a God who had made them all. And for those who do not know that a certain thing exists, then it does not exist, because as the scientists who study this interesting property of the so-called positive realities say, they only arrive in the world when human consciousness detects it. That is to say, they are like a ship at sea, whose existence only becomes known when it is seen on the horizon.
Now, as we have seen, Samael and his supporters, cast out of heaven, find a shelter on this little blue planet of ours. Whether by their choice or by imposition of Elohim God, the Father, in his enforceable sentence, we do not know, but it was clear that when they arrived here, they soon founded colonies in the region that we now know to be called Nod or Senaar, a plateau in the shape of a table, which was between the two rivers known today as Tigris and Euphrates and that, therefore, much later, it came to be called Mesopotamia.
Incidentally, this is not surprising because we know that the people who populated our own country, which many of us think are a true Eden below the Equator, and that other piece of land strayed from the rest of the world that is called Australia, was also populated by the same process, that is, from penal colonies to which the undesirable elements in the colonizing metropolises were sent. There, as the Romans would have done to populate Rome, kidnapping the Sabine women to form their own families with them, the exiled archangels, arriving here, sought, among the earthly females, those who were closest to their own genetic structure and with them had carnal trade, generating the race known as Nephilim.
That is why it is said that they were tall in stature, strong as well-grown gorillas, and hairy as such, which was certainly a very frightening sight. There are those who say that descendants of this race still survive in the mountains of the Tibet, in the creatures they call the Yeti of the big feet, or the abominable man of the snows, but this, we believe, is a licentiousness that we do not subscribe to so as not to open borders that our imagination would not have the legs to explore.
Now that the Nephilim existed, we do not doubt that it is true, since this is written in the official chronicles and is not a narrative that came out of our imagination. It is assumed, in this case, that this also occurred before the creation of Adam because when he left the operating table, as the version we are commenting on, or the clay mold, as the official chronicles maintain, these creatures already inhabited the land of Senaar, in the seven cities that they had built there, as is recorded in the clay tablets found there and that can still be read in our museums to prove that we are not inventing silly things or making daydreams typical of mythomaniacs obsessed with the fantastic. These cities even had names and were called Eridu, Shurupak, Nippur, Sippur, Larac, Bad-Tibira and Larsa and were, as can be inferred from the records made by this civilization, the first urban agglomerations to be built on Earth; And it was from there, they say, that civilization spread across the planet.
These records also report that when they arrived here the rebellious angels adopted the name of Nephilim because Jehovah Elhoim had forbidden them to continue using their original titles, which was the proper use of the celestial assembly formed from the unfolding of their true name. These, it is inferred, were private to the angelic hosts that remained faithful to him. This shows us that this business of image rights and intellectual property is not a recent thing or an invention of men, because in the same way that anyone who has not obtained the title of doctor, lawyer, engineer or such, can go around calling himself one of them, also a title of cherubim, seraphim, aufanin, malaquim and others, as such were called the different Orders of celestial beings coming from the sacred name of God, cannot be used clandestinely by anyone.
And this is by no means a discriminatory strategy invented by those who consider themselves superior, but a form of distinction necessary to equate, on the same level, creatures who share the same thought and the same aspirations. There are, not to let us lie, the Freemasons, the Mormons, the Jews, the prelates of the various religions and other sectarian groups that excel in maintaining a certain cultural corporatism. One cannot call a brother who is not a Mason, or an eminence who is not a bishop upwards, or even a doctor if has not obtained this degree in a good university.
Hence the fact that the angels cast out of heaven adopted here on earth the name of Nephilim. This is because the angel, in the language spoken among them, is called malak, which means messenger, and its hierarchical category is distinguished by the suffix in. That is why some are malaquins, others aufanins, seraphim, cherubim and the like. Thus, the exiled angels did not cease to be so, but only their heavenly citizenship was taken away, because they were now citizens of the earth and could not use titles that could only be adopted in the kingdom of heaven. Thus, they adopted the nickname of Nephilim so as not to lose the link with their own origin, which seems to us a very logical thing and we see no difficulty in accepting it as truthful information.
And this, as it turns out, is not our invention, since the official chronicles that reported this fact call them so, denouncing otherwise that they were not very serious, because when they arrived on earth, they immediately became acquainted with the females that they found here, as it is written that they did. Of course, at this point in time, these angels had already assumed a new neurological conformation more suited to their new life on this planet, which means that in addition to becoming similar to a human being, they also lost that condition of asexual that is attributed to angels and gained in exchange a very active libido.
It is because, as has been said, when they landed here, they immediately lay down with the first females they found on earth. So, say the chronicles that talk about these hybrid beings, it seems that they were already here when Jehovah Elohim decided to make his prototype Adam. If this information is true, we have that it constitutes clear proof that at that time we already had creatures like us here, or even quite similar to us, although, due to respected academic opinions, it can be imagined that these females who met the Nephilim could be somewhat apelike and did not have the appearance that was given to them in the official chronicles, who described them as being very beautiful.
It may well be, since it is public knowledge that the concept of beauty is a very particular thing and what one may find ugly the other may find beautiful and vice versa. We will not put our spoon in this angle so as not to create more polemics than those that already exist in this tale, and by which we can already foresee many stern faces wondering how they are going to send this scribe to hell with his heretical confabulations, if at this point, they have not already done so.
However, if we deserve censure, no less do the scribes who gave rise to this tale, for what is reported in the official canons is that the Nephilim found them beautiful and became fond of them, generating a race of giants, which apparently still had descendants several millennia later living in the land of Palestine, through the degenerate race of the Anakin, which was written, made Joshua's brave warriors look like insects in his eyes.
This information leads us to another finding: that Adam and Eve were made with the clear purpose of creating a family on earth that could counteract the one that the rebellious angels had generated in their incursion on the planet. How this happened is what is told in the chronicles that gave rise to this tale, and as it is said today, this narrative went viral in such a way that today it is taken as if it were a notary's record in which an indisputable fact is recorded. And such is the strength of this tale that many people have already paid with their lives for having tried to discredit this narrative. We, who think that this is too high a price to sustain a mere intellectual vanity, are left with the option of the sophist who has a different answer for each person who asks him the same question, simply because each one wants to believe in his own truth and not in what others want to make him believe.