João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


 

Como informou um renomado filósofo, o mundo todo é um sofisma de composição, pois tudo nele é resultado de vontade e representação que a mente do homem constrói para preencher a sua própria realidade. Isso quer dizer que para cada um de nós, o mundo real é aquele que temos na nossa cabeça e não o que as narrativas dos cientistas, líderes religiosos, filósofos e demais influenciadores procuram nos mostrar. E como diz outro não menos renomado pensador, nós somos uma espécie de ponte entre o ser e o nada, e tudo que fazemos na vida destina-se a preencher um vazio que sem a consciência humana jamais teria conteúdo.

Todo vazio que há no mundo tem que ser preenchido. Por isso, quando a luz se retrai a escuridão ocupa o espaço que ela deixou, assim como a ignorância entra no lugar da sabedoria quando ela se ausenta. Essa é uma lei que tem que ser cumprida inexoravelmente.

Destarte, quem não quer perder o lugar não o deixe vago. Esse talvez tenha sido o erro de Jeová Elohim, se podemos chamá-lo assim agora que já sabemos quem ele é. Erro não, diríamos, porquanto estamos falando de Deus e Deus não erra. Corrijamos esse termo para descuido e assim evita-se chocar o leitor mais conservador, se acaso ele conseguiu nos seguir até aqui, o que achamos pouco provável. Isso dizemos porque depois de fazer o casal humano, Deus achou de tirar umas férias, porquanto se diz que ele descansou depois de completada essa tarefa que deu origem a essa tradição que manda o homem descansar no sétimo dia da semana, porque esse é o dia do Senhor, conquanto quem o aproveite sejamos nós mesmos, que o tiramos para folgar.

Descontadas as críticas que podem ser levantadas a esse respeito, porque há quem entenda ser esse um argumento de vagabundos que não gostam de trabalhar e justificam a sua preguiça atribuindo a Deus a razão da incúria, temos para nós que, se de fato Deus descansou no sábado, nós não teríamos que estender essa lassidão também para o domingo, porquanto ele descansou um dia só e não dois como fazemos nós, que ao último dia da semana agregamos também o dia seguinte, que seria o primeiro.

Mas desse descanso que Jeová Elhoim se deu ao luxo de tirar é que a coisa se complicou, pois com isso ele, digamos, dormiu ou simplesmente se ausentou da terra e deu azo a que Samael se introduzisse no Jardim do Éden para subverter as suas crias. Porque, quando Samael percebeu que só conseguiria aborrecê-lo se conseguisse estragar parte da sua obra, a primeira coisa que fez foi descer ao jardim onde morava o casal que ele fizera, e ali começar uma sediciosa campanha de intrigas e contraditas para fazer a cabeça deles contra o Criador.

E como era mestre nessas artes de transformismo, trucagens que muitos atores iriam imitar depois, ele travestiu-se na pele de uma serpente, que segundo se sabe, nessas remotas eras era o rei dos répteis que viviam serpeando pelas florestas que Jeová Elohim plantara na terra no terceiro dia da criação. 

Para fazer esse papel, Samael, dizíamos, assumiu a figura de uma vistosa serpente falante. E eis que o vemos enrodilhado em volta de uma árvore carregada de frutos que parecem maçãs, que como as outras que Jeová Elohim fez brotar da terra, eram abundantes naquele jardim. Samael está lá, sabe-se lá há quantos anos, ou séculos, pois que o tempo para ele também não existe, ou pelo menos não se conta pelas nossas medidas, esperando pelo momento em que vai vingar-se do monarca que o expulsou do céu e o arrojou na terra, quiçá para cumprir uma sentença de exílio num planeta inóspito e deserto, mas que ele, com a sua esperteza de líder falangista que fora, acabara transformando num reino tão próspero e poderoso que já começava a causar preocupação no seu próprio Criador.

Samael, ele mesmo um ex-elohim, astuto e bem informado como era, sabia muito bem que Elohim Pai tinha feito aquele casal de humanos para contrastar com as próprias crias que ele e seus companheiros exilados haviam produzido e estavam prosperando na planície de Senaar. E os tinha criado isolados naquele jardim que ele plantara entre os dois grandes rios da região, distante de todas as gentes que habitavam fora dele porque não queria que eles se contaminassem com os vícios e comportamentos que o povo gerado pelos nefilins haviam desenvolvido.

Essa era a razão de Jeová Elohim ter plantado aquele jardim e posto lá os seres que ele havia criado, levantados do barro da terra como querem as crônicas oficiais, ou modificados geneticamente como se aventou que pode ter sido. Ali eles viveriam ausentes de problemas de qualquer ordem, sem precisar trabalhar nem enfrentar nenhum dos aborrecidos constrangimentos que o ser humano comum suporta no dia a dia do seu afã de ganhar a vida, procurando fazer hoje sempre melhor do que ontem e amanhã nunca pior do que hoje.

Tudo quanto era fruto ali havia e outras fontes de alimentação também, de sorte que Adão e sua companheira Eva nada precisavam fazer para ter do bom e do melhor, que afinal, é o objetivo de todo ser humano que se preza, não estando ele, claro, contaminado por vírus franciscanos ou vivendo segundo os princípios daquele Diógenes de Sinope, que pregava o desprezo pelos bens materiais, ou os preceitos de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda, que mesmo sendo filho de pais muito abastados vivia mendigando pelas ruas da Índia.

 

Destarte, naquele jardim onde o casal humano foi posto para morar só haviam dois tipos de fruto que Jeová Elohim proibira o casal humano de colher: um era o fruto da árvore do conhecimento e o outro o fruto da árvore da vida. Do resto eles podiam bem dispor. Que o homem tivesse sido feito herbívoro, vegano, vegetariano ou adepto de qualquer outro comportamento em sua cadeia alimentar não sabemos, mas em nenhuma das fontes consultadas, fossem elas oficiais ou apócrifas, encontramos referência ao fato de que ele fosse carnívoro, embora as evidências encontradas dos fósseis desenterrados mostrem que nossos ancestrais, desde as mais remotas eras já possuíam mandíbulas com dentes caninos bem pronunciados.

Agora, bom é que se diga, que frutos, como tais conhecemos essas prodigalidades apetitosas que a natureza nos oferece, certamente que não o eram os tais rebentos das árvores do conhecimento e da vida, assim como jardim, na literalidade da palavra também não o era o lugar que convencionou-se chamar de Éden, onde se diz que o casal humano fixou a sua primeira residência. Que pode ser um lugar paradisíaco bem podemos aceitar, porquanto ainda hoje se encontram, em vários lugares do planeta sítios que podem ser considerados verdadeiros paraísos adâmicos. Assim, nada obsta que o lugar onde Elohim Pai pôs o casal humano para viver tivesse essas características. Não se contamina, por mendaciosas, as narrativas oficiais, nem invalida a tese que defendemos a assertiva de que, nesse termo, Éden, hospedem-se dois significados concomitantemente possíveis e verdadeiros, sendo um literal, designativo de lugar, e outro metafórico, que se refere às próprias pessoas de Adão e Eva.

          Na verdade, se quisermos ser explícitos e desvelar o segredo dessa metáfora diremos que o tal jardim das delícias onde o casal humano foi posto para viver era os próprios corpos do casal humano e o fruto do conhecimento, que Elohim Pai os havia proibido de comer, consistia na consciência das suas sensibilidades, sendo uma delas, a mais perigosa, a do prazer do sexo. Pois com ele vem a luxúria e a promiscuidade que muitas vezes contamina os sentidos com o veneno do vício e da malícia. Na mesma esteira de entendimento, podemos dizer que o fruto da vida era o desejo da imortalidade, que aos seres humanos devia ser vedada por conta da própria função que a eles fora delegada, qual seja, a de povoar a terra com seus descendentes, e à cada geração ir melhorando a sua cepa até chegar numa etapa de perfeição que agradasse os olhos e o gosto exigente de Elohim Criador.

Seguindo esse rumo de compreensão podemos dizer que as tais árvores, tanto a do conhecimento do bem e do mal, quanto a da vida, eram os seus próprios corpos, pois se existe algum bem e algum mal na terra, é no corpo humano que eles serão encontrados. Da mesma forma podemos interpretar a metáfora da árvore da vida, pois assim como o cérebro é o local onde se hospeda a sua razão, e é ele que nos dá o julgamento do que é bem e mal, da mesma forma o desejo de viver para sempre nada mais é que uma aspiração de quem está vivo e não quer perder essa condição. Por isso desenvolvemos a crença na imortalidade da alma porque a do corpo sabemos ser impossível. E sustentamos a esperança de sobrevivência em outro mundo para compensar a dor de saber que um dia teremos que deixar este.

 

Assim, temos para nós que o propalado fruto do conhecimento foi, na verdade, a consciência do prazer sexual, ou seja, o sentimento de que o sexo não existe no corpo humano com a única e precípua função de procriar, mas também, e precipuamente, como fonte de prazer e instrumento de poder. E ainda que essa função tenha sido ocultada por milhares de anos por conta da conotação luciferina que lhe foi dada, e apenas tenha sido denunciada há pouco tempo por aquele médico austríaco que muita gente achou que era um louco devasso, na verdade, é à nossa mamãe Eva que devemos essa descoberta.

Agora, é bom dizer que não era o caso de  Adão e Eva terem sido feitos assexuados. Se o fossem seria mais uma incoerência posta no plano divino, pois o que Elohim Deus queria era que o casal humano enchesse a terra com uma população descontaminada dos vícios que a civilização criada pelos anjos rebeldes estava desenvolvendo perto dali. Disso sabemos porque antes da transformação do homo erectus no homo sapiens, se aceitarmos que eles foram obtidos da forma como sugerimos, esse nosso ancestral não tinha vergonha de andar nu, como de resto o fazem os nossos irmãos índios que andam pelas florestas com os seus órgãos genitais expostos, sem nenhum constrangimento. A propósito, nem sabem eles que no sexo há alguma vergonha que deva ser oculta e que essa parte do corpo humano possa ser motivo de algum enxovalho e principalmente, que isso decorra de um episódio tão bizarro como esse de que trata o nosso conto.

Samael sabia que Elohim Pai dissera às suas criaturas que elas poderiam comer de todos os frutos existentes naquele jardim menos daquela que ele chamava de Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e da outra, chamada de Árvore da Vida,  que, ao parece, ele também plantara ali com um propósito que até hoje não se assentou como consolidado, porquanto ainda são tantas as conjeturas que se fazem a respeito e muitas as narrativas que se criaram em torno desse assunto. Mas de Elohim Deus sabemos que ele tem razões que a nossa razão desconhece e não podemos ficar a interpelá-lo e constrangê-lo a dizer mais do que ele mesmo queira informar, o que entendemos para bem seja, já que, se ele assim resolver fazer, deixará de ser o mistério que ele precisa ser e mistério resolvido perde o interesse, coisa que não seria de muito proveito para o seu propósito.

Samael também sabia disso porque ele próprio conviveu com ele em épocas que as calendas humanas não tem como registrar, já que as medidas pelas quais medimos o tempo ainda não existiam. E Samael, como sabemos, era um anjo saído da própria essência do Criador, que aproveitando o fato de ele não ter ainda uma personalidade conhecida, emancipou-se e assumiu personalidade própria. E como se fosse uma espécie de alterego negativo de Elohim Deus, um Mister Hyde que se liberta do corpo de um Dr. Jekil e passa a agir de forma diametralmente oposta às origens de onde proveio, começou a construir seu próprio mundo em oposição ao seu Criador.

Elhoim Deus, evidentemente, não gostou nada do comportamento que essa sua parte rebelde assumiu e astuto como deve ser um soberano do seu porte, percebeu que a ambição dessa sua persona manifesta poderia degenerar em uma rebelião incontrolável. Até porque Samael já havia arrebanhado um séquito de seguidores dispostos a aceitar sua liderança, como sói acontecer, às vezes, conosco mesmos quando deixamos que uma parte de nossa personalidade assuma o controle da nossa vontade e passe a ditar comandos estranhos e perigosos para a nossa própria saúde e razão. Temos exemplos dessa disfunção quando é o estômago que fala mais alto e nos leva à bulimia, ou quando é o coração que dita as razões que a própria razão desconhece, ou é o sexo que nos leva a cometer desatinos que de outra forma evitaríamos. E nesses casos é como se tivéssemos dentro de nós um outro eu que assume o comando dos nossos atos, geralmente contra a nossa própria vontade.

Por mais bizarro que isso possa parecer é bem isso que dever ter acontecido nesse episódio. Na ânsia de dar um corpo material para si mesmo, onde os seus atributos pudessem ser manifestados, como o Dr. Jekil fez no famoso conto do senhor R. L. Stevenson, que por aqui recebeu o bizarro título de “O Médico e o Monstro”, ele se desdobrou em setenta e duas criaturas diferentes e uma delas se emancipou dele, exatamente como o Sr. Hyde fez com o Dr. Jekil.

Só que, diferente do Dr. Jekil, que teve que matar-se para com isso dar também um fim no demônio que ele criara, Elhoim Pai não pôde apelar para esse recurso. Porque ele era Deus e Deus não pode morrer, quanto mais matar-se. Daí que, cioso da sua autoridade e ciumento como era do mundo que ele criara, Elohim Deus simplesmente desterrou essa sua parte rebelde para cumprir sua pena na colônia penal chamada Terra.

Agora, o porquê de ele ter escolhido a terra como lugar de exílio desses anjos rebeldes, quando poderia ter pautado qualquer outro planeta do sistema solar, ou quiçá, de outros sistemas ou galáxias, é outra das suas ações que ele não viu necessidade de explicar. Pois ele poderia ter escolhido qualquer outro lugar, já que ele é o autor do universo e tem jurisdição em toda a sua extensão.

Todavia, ao mandar para o mesmo planeta os anjos rebeldes e depois colocar nele as suas criaturas modelares, ele assumiu o risco. Mas essa não é uma proposição que nos é desconhecida porque é exatamente o que nós mesmos fazemos colocando nos mesmos presídios os celerados de toda ordem, sem aquilatar os graus de maldade que cada um hospeda em suas miseráveis almas. Daí decorre que as prisões, que deveriam servir de locais de purgação para os crimes que uma pessoa comete acaba retroalimentando ainda mais a criminalidade.

E o resultado é esse que nós estamos vendo. O que comprova mais uma vez que nada se cria, mas tudo se copia.

 

 

CHAPTER FIVE

 

We say this because, as a renowned philosopher has reported, the whole world is a sophism of composition, for everything in it is the result of will and representation which the mind of man constructs to fill his own reality. This means that for each of us, the real world is the one we have in our head and not what the narratives of scientists, religious leaders, philosophers and other influencers seek to show us.

And as another no less renowned thinker says, we are a kind of bridge between being and nothingness, and everything we do in life is intended to fill a void that without human consciousness would never have content. It is that when the light retracts, the darkness occupies the space it left, just as ignorance takes the place of wisdom when it is absent.

This is the law that establishes that every void has to be filled. Thus, those who do not want to lose their place do not leave it vacant. That may have been Jehovah Elohim's mistake, if we can call him that now that we know who he is. Not error, we would say, because we are talking about God and God does not make mistakes. Let's correct this term for carelessness and thus avoid shocking the most conservative reader, if he managed to follow us here, which we think is unlikely.

We say this because after making the human couple, God thought of taking a vacation, because it is said that he rested after completing this task that gave rise to this tradition that commands man to rest on the seventh day of the week, because that is the day of the Lord, although we ourselves are the ones who take advantage of it,  that we took it just for to enjoy our own laziness.

Discounting the criticisms that can be raised in this regard, because there are those who understand that this is an argument of vagabonds who do not like to work and justify their laziness by attributing to God the reason for the negligence, we have for us that, if in fact God rested on the Sabbath, we would not have to extend this lassitude also to the Sundays,  for he rested only one day, and not two, as we do, who also add the next day to the last day of the week, which would be the first.

 

But from this rest that Jehovah Elhoin had the luxury of taking it is that the thing got complicated, for with it he, say, slept or simply left the earth and gave Samael the opportunity to enter the Garden of Eden to subvert his offspring. Because, when Samael realized that he would only be able to annoy him if he managed to spoil part of his work, the first thing he did was to go down to the garden where the couple he had made lived, and there begin a seditious campaign of intrigues and contradicts to make their heads against the Creator.

And as he was a master in these arts of transvestic, tricks that many actors would imitate later, he disguised himself in the skin of a serpent, which is known in these remote ages was the king of the reptiles that lived in the woods that Jehovah Elohin had planted in the earth on the third day of creation. To play this role, Samael, we said, assumed the figure of a showy talking serpent. And here we see him there, coiled around a tree laden with apple-like fruit, which, like the others that Jehovah Elohim caused to sprout out of the earth, were abounding in that garden. Samael has been there, for who knows how many years, or centuries, because time for him does not exist either, or at least it is not counted by our measurements, waiting for the moment when he will take revenge on the monarch who expelled him from heaven and threw him to earth, perhaps to serve a sentence of exile on an inhospitable and desert planet,  but that he, with his cleverness as a Phalangist leader that he had been, had ended up transforming into a kingdom so prosperous and powerful that it was already beginning to cause concern in its own Creator.

 

Samael, himself a former Elohin, cunning and well-informed as he was, knew full well that Elohin Sr. had made that pair of humans to contrast with the very offspring that he and his fellow exiled had produced and were thriving in the plain of Senaar. And he had raised them isolated in that garden that he had planted between the two great rivers of the region, far from all the people who lived outside it because he did not want them to be contaminated with the vices and behaviors that the people generated by the Nephilim had developed. That was the reason why Jehovah Elohin planted that garden and placed there the beings he had created, raised from the clay of the earth as the official chronicles want, or genetically modified as it was suggested that it may have been. There they would live absent from problems of any kind, without having to work or face any of the harsh constraints that the common human being endures in the day to day of his eagerness to earn a living, trying to do today always better than yesterday and tomorrow never worse than today. Everything that was fruit there and other sources of food as well, so that Adam and his companion Eve needed to do nothing to have the good and the best, which after all, is the goal of every self-respecting human being, not being, of course, contaminated by Franciscan viruses or living according to the principles of that Diogenes of Sinope, who preached contempt for material goods, or the precepts of Siddhartha Gautama, better known as Buddha, who even though he was the son of very wealthy parents lived begging on the streets of India.

 

Thus, in that garden where the human pair were put to dwell, there were only two kinds of fruit that Jehovah Elohim had forbidden the human pair to gather: one was the fruit of the tree of knowledge and the other the fruit of the tree of life. Of the rest they could well dispose of.

That man had been made herbivore, vegan, vegetarian or adept at any other behavior in his food chain we do not know, but in none of the sources consulted, whether official or apocryphal, do we find reference to the fact that he was carnivore, although the mandibular evidence of the unearthed fossils shows that our ancestors, from the most remote ages, already had well-pronounced canine teeth.

Now, it is good to say that fruits, as such we know those appetizing prodigality’s that nature offers us, certainly the shoots of the trees of knowledge and life were not, as well as the garden, in the literalness of the word was not the place that was conventionally called Eden, where it is said that the human couple established their first residence.

That it can be a paradisiacal place we can well accept, because even today, in various places on the planet, there are places that can be considered true Adamic paradises. Nothing prevents the place where Elohim the Father put the human couple to live had these characteristics. The official narratives are not contaminated by mention, nor does it invalidate the thesis we defend, the assertion that, in this term, Eden, there are two meanings concomitantly possible and true, one being literal, designating a place, and the other metaphorical, which referred to the very persons of Adam and Eve.

In fact, if we want to be explicit and unveil the secret of this metaphor, we will say that the garden of delights where the human couple was put to live was the very bodies of them and the fruit of knowledge, which Elohin Father had forbidden them to eat, was the awareness of their sensibilities, one of them, the most dangerous,  the pleasure of sex. For with it comes lust and promiscuity that often contaminates the senses with the poison of vice and malice. In the same vein, we would say that the fruit of life was the desire for immortality, which should be forbidden to human beings because of the very function that had been delegated to them, that is, to populate the earth with their descendants, and to each generation improving its strain until it reached a stage of perfection that pleased the eyes and the demanding taste of Elohin the Creator.

Thus, in that garden where the human pair were put to dwell, there were only two kinds of fruit that Jehovah Elohim had forbidden the human pair to gather: one was the fruit of the tree of knowledge and the other the fruit of the tree of life. Of the rest they could well dispose of. 

Now, it is good to say that fruits, as such we know those appetizing prodigality’s that nature offers us, certainly the shoots of the trees of knowledge and life were not, as well as the garden, in the literalness of the word was not the place that was conventionally called Eden, where it is said that the human couple established their first residence.

That it can be a paradisiacal place we can well accept, because even today, in various places on the planet, there are places that can be considered true Adamic paradises. Nothing prevents the place where Elohim the Father put the human couple to live had these characteristics.

The official narratives are not contaminated by mention, nor does it invalidate the thesis we defend, the assertion that, in this term, Eden, there are two meanings concomitantly possible and true, one being literal, designating a place, and the other metaphorical, which referred to the very persons of Adam and Eve.

In fact, if we want to be explicit and unveil the secret of this metaphor, we will say that the garden of delights where the human couple was put to live was the very bodies of them, and the fruit of knowledge, which Elohin Father had forbidden them to eat, was the awareness of their sensibilities, one of them, the most dangerous, was the pleasure of sex. For with it comes lust and promiscuity that often contaminates the senses with the poison of vice and malice. In the same vein, we would say that the fruit of life was the desire for immortality, which should be forbidden to human beings because of the very function that had been delegated to them, that is, to populate the earth with their descendants, and each generation going to improve its strain until it reached a stage of perfection that pleased the eyes and the demanding taste of Elohin, the Creator.

 

Now, it is good to say that it was not the case that Adam and Eve were made asexual. If they were, it would be another incoherence placed in the divine plan, because what Elohim God wanted was for the human couple to fill the earth with a population uncontaminated by the vices that the civilization created by the Nephilim was developing.

We know this because before the transformation of homo erectus into homo sapiens, if we accept that they were obtained in the way we suggested, this ancestor of ours was not ashamed to walk naked, as do our Indian brothers who walk through the forests with their genitals exposed, without any constraint. By the way, they don't even know that in sex there is some shame that must be hidden and that this part of the human body can be the reason for some reproach, and mainly, that this stems from an episode as bizarre as the one that our tale deals with.

Samael knew that Elohim the Father, had told his creatures that they could eat of all the fruits in that garden except the one he called the Tree of the Knowledge of Good and Evil, and the other, called the Tree of Life, which, it seems, he had also planted there for a purpose that has not yet been discovered,  because there are still so many conjectures that are made about it and many narratives that have been created around this subject.

But we know about Elohin God that he has reasons that our reason does not know and we cannot keep questioning him and constraining him to say more than he himself wants to inform. Thus we understand for the sake of it, since, if he decides not to do so, it will no longer be the mystery that he needs to be and the mystery solved loses interest,  something that would not be of much use for his purpose.

 

Samael also knew this because he himself lived with him in times that human calends cannot record, since the measurements by which we measure time did not yet exist. And Samael, who, as we know, was an angel coming out of the very essence of the Creator, who took advantage of the fact that he did not yet have a known personality, emancipated himself and assumed his own personality. And as if he were a kind of negative alter ego of Elohin God, as a Mister Hyde who frees himself from the body of a Dr. Jekil and starts to act in a way diametrically opposed to the origins from which he came, he began to build his own world in opposition to his Creator.

Elhoin God, evidently, did not like the behavior that this rebellious part of him assumed and, shrewd as a sovereign of his stature should be, he realized that the ambition of this manifest persona of his could degenerate into an uncontrollable rebellion.

Especially because Samael had already gathered a group of followers willing to accept his leadership, as it sometimes happens to ourselves when we let a part of our personality take control of our will and start dictating strange and dangerous commands for our own health and reason.

We have examples of this dysfunction when it is the stomach that speaks loudest and leads us to bulimia, or when it is the heart that dictates the reasons that reason itself does not know, or it is sex that leads us to commit follies that we would otherwise avoid. And in these cases, it is as if we had within us another self that takes charge of our actions, usually against our own will.

As bizarre as this may seem, that's exactly what must have happened in this episode. In his eagerness to give himself a material body, where his attributes could be manifested, as Dr. Jekil did in the famous tale of Mr. R. L. Stevenson, he unfolded himself into seventy-two different creatures, and one of them emancipated itself from him.  just as Mr. Hyde did with Dr. Jekil.

However, unlike Dr. Jekil, who had to kill himself in order to also put an end to the demon he had created, Elhoin the Father, could not appeal to this resource. Because he was God and God could not die, let alone kill himself. Hence, conscientious of his authority and jealous as he was of the world he had created, Elohim God simply banished this rebellious part of him to serve his sentence in the penal colony called Earth. Now, why he chose the earth as the place of exile of these royal angels, when he could have chosen any other planet in the solar system, or perhaps, in other systems or galaxies, is another of his actions that he did not see the need to explain. For he could have guided any other place, since he is the author of the universe and has jurisdiction in its entire extent. However, by sending the rebellious angels to the same planet and then placing his model creatures on it, he took the risk. And we understand this risk well because it is exactly what we ourselves do by placing in the same prisons the criminals of all kinds, without assessing the degrees of evil that each one harbors in their miserable souls. It follows that those prisons, which should serve as places of purgation for the crimes that a person commits, end up feeding back even more criminality. And the result is what we are seeing. Which once again proves that nothing is created, but everything is copied.

 

 

 

João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 28/12/2024
Alterado em 28/12/2024


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras