João Anatalino

A Procura da Melhor Resposta

Textos


O NOME DA TRAIÇÃO

 

Vidkun Abraham Lauritz Jonssøn Quisling  (1887-1945) foi um oficial militar e político norueguês que chefiou nominalmente o governo da Noruega como Ministro-Presidente depois de o país ter sido ocupado pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Fundador do partido fascista União Nacional da Noruega, notabilizou-se pela feroz oposição que fez aos partidos de esquerda em seu país. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial Quisling aproximou-se dos líderes do Partido Nazista e tentou tomar o poder na Noruega através de um golpe de estado utilizando o rádio para conclamar os seus partidários a apoiarem a invasão dos alemães que estavam começando  a ocupar a Noruega em abril de 1940. Seu golpe falhou porque os alemães, depois de ocupar a Noruega se recusaram a apoiar seu governo. No entanto ele tornou-se Ministro-Presidente em 1942, chefiando o estado norueguês conjuntamente com um comissário alemão nomeado por Hitler. Estabeleceu um governo fantoche pró nazista e colaborou com a Alemanha no seu esforço de guerra contra os aliados. Além disso participou ativamente da Solução Final, operação que visava a eliminação dos judeus de toda a Europa. Com a derrota da Alemanha, Quisling foi preso, julgado ao final da guerra em 1945 e considerado culpado de fraude, assassinato e alta traição, sendo executado na Fortaleza de Akershus em outubro do mesmo ano. A palavra "quisling" acabou tornando-se um sinônimo de "traidor" ou "colaborador" em vários idiomas.

Guardadas as devidas proporções de tempo, lugar e condições históricas e políticas, dado que vivemos em outros tempos e lugares, parece que já temos por aqui o nosso Quisling. Refiro-me ao Deputado Eduardo Bolsonaro, que parece estar mais preocupado em servir aos Estados Unidos da América do que ao seu próprio país. É claro que suas motivações não são as mesmas do seu “parça” norueguês, já que ele está traindo o seu país por ódio ao adversário que bateu seu pai nas urnas, e não por mera cupidez pessoal, como se atribui ao Quisling original. Mas os resultados são os mesmos: um imenso e irrecuperável prejuízo econômico e político para o povo que fez do seu pai uma liderança de peso no país e colocou toda a sua família em cargos públicos, garantindo para ela uma vida de opulência e fartura.

Nesse imbróglio todo releva-se a toxidade que a Família Bolsonaro trouxe para a política brasileira. Não bastasse o prejuízo que a corrupção e a incompetência de Lula e o seu nefasto partido causam ao país, temos agora que suportar o imenso estrago que essa briga de egos e ambições pessoais vai nos trazer. Isso sem contar a ira dos deuses do Olimpo, que certamente irão soltar seus raios lá da montanha sagrada do STF para tumultuar ainda mais essa bagunça que se instalou no Brasil.

Quanto ao Deputado Eduardo Bolsonaro, nosso Quisling tupiniquim, pode ser até que tenha gente que apoia a sua deletéria campanha de desmoralização e desconstrução das instituições brasileiras, mas é bom lembrar que o destino de todo “traíra” nunca foi glorioso. O tempo dirá. 

João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 19/07/2025


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